Isabel

Olá Mães,

Quero deixar aqui o meu testemunho para todas aquelas que queiram amamentar e pensem que não é possível. DAR DE MAMAR COM PROTESES É POSSIVEL, RETOMAR A AMAMENTAÇÃO DEPOIS DE SECAR O LEITE  É POSSIVEL. EU CONSEGUI!

Tenho uma menina com 11 meses que mamou assim que nasceu, os desconfortos com o peito foram muitos e mal sai da sala de partos já tinha o peito todo gretado, as dores eram terríveis cada vez que tinha que dar de mamar. No entanto no hospital as coisas foram correndo relativamente bem, aconselharam-me a usar os mamilos de silicone e realmente ajudavam a minimizar o desconforto, mas parecia-me que a menina ficava com mais cólicas (sim, era daqueles bebes que têm cólicas insuportáveis) a descida do leite foi sofrível, com um ingurgitamento terrível e constante, mas acabou por passar, a minha menina era alimentada com LM exclusivamente.

Pois bem, o problema começou após 6 semanas do parto pois fiquei sozinha com a menina num fim-de-semana onde teve a pior crise de cólicas da sua vida, a chorar constantemente desde sexta-feira a noite até domingo. Durante esse período, ela não quis comer quase nada, e eu não consegui ter tempo para tirar o leite com a bomba, pelo que tinha o peito muito cheio, e ela o pouco que dormiu foi sobre o meu peito já que me recomendaram encostar pele com pele para dar calor a barriguinha, e ajudou, só que o sitio onde ela teve a cabeça formou um caroço, que na 2ª feira já tinha dores palpitantes e na 3ª começou a febre, resultando numa MASTITE. Entre telefonemas ao meu médico, e tratamentos com anti-inflamatório, massagens, cremes enfim passaram 3 semanas, melhorou mas depois piorou tanto que cheguei a ter o braço sem conseguir mexer e o gânglio do mesmo inflamado, assim como o peito gigante com pele acetinada.

Fui as urgências e como tenho Próteses Mamarias disseram-me que tinha que secar o leite e que era possível que tivesse que drenar o peito pois tinha muito mau aspecto. Inclusivamente tive que levar antibiótico intravenoso. Fiz tratamento durante 3 semanas mas fiquei sempre com o caroço inicial.

Durante o tratamento fui pesquisando sobre relactação, pois se há mães adoptivas que conseguem amamentar eu também devia conseguir. Quando acabei o tratamento experimentei por a minha menina ao peito e ela pegou o que me deixou muito motivada, mas como tinha um medo terrível de voltar a ter problemas, pelo que solicitei ajuda da SOS Amamentação (Isabel Rute), assim como a  Patricia Paiva de perfeito, perfeito é mamar ao peito, e para descartar complicações físicas, fui a uma medica que da consultas sobre aleitamento materno (Dra. Monica Pina), eu tive medo por causa das próteses e sabia que se corresse mal o meu corpo poderia rejeitar as mesmas.

Consultei a pediatra e ela duvidou que a menina pegasse no peito mas disse que experimentasse. Na consulta de aleitamento a minha menina não quis pegar no peito, estava confundida não sabia como mamar, recomendaram-me usar o copo mas não tive sucesso, tirar chuchas e biberons, experimentei tudo o que conseguia conta-gotas, colher, etc, e ela ficava histérica, pelo que tive que continuar a dar o leite com biberão.

 O que se seguiu foi uma peregrinação por blogues, fóruns, Telefonemas constantes a SOS amamentação, para solicitar dicas de como poderia fazer com que a bebe não rejeitasse o peito.

Passei a dormir com ela, e passar os dias com ela ao colo em contacto com o meu peito e naturalmente pensei em desistir pois já se tinham passado 3 semanas e nada, até que um dia depois de decidir desistir ela decide pegar e durmiu a mamar ao peito, claro que eu não tinha leite mas já tínhamos dado o primeiro passo.

Por esta altura eu já tinha o Sistema de Nutrição Suplementar da medela, mais conhecido por relactador (é uma espécie de biberão que se pendura ao pescoço, donde saem duas sondas muito finas que coladas a cada mamilo permite que o bebe mame e receba leite artificial ao mesmo tempo, assim como estimula o peito) e comecei a utilizar de imediato.

Passada uma semana consegui eliminar uma medida de LA. Passados mais o menos 1 mês e meio a minha menina mamava em exclusivo.

Deixo este testemunho para todas aquelas que queiram experimentar, na altura em que enveredamos por este caminho as emoções são contraditórias, o apoio da família é limitado, pois pensam que o LA é mais pratico, a informação é muito escassa e a mim fez-me imensa falta saber, conhecer, falar com pessoas que tivessem conseguido.