Flora e Bá :)

Flora e Bá :)

Agora que estou prestes a ser mamã de novo, uma das coisas que mais anseio é poder amamentar o meu filho da mesma forma que o fiz com a minha filha. A informação dada na altura era pouca e contraditória por isso usei muito o meu instinto. Nem sempre foi fácil, chorei muito, passei muitas noites em claro, mas não desisti e acabou por se tornar uma das melhores experiências que tive de maternidade. Ainda no Hospital porque não consegui que a minha filha pegasse correctamente no peito, ela tomou dois suplementos. Apesar de todas as indicações contra, eu achei que foi positivo, pois eu ficava muito stressada e ansiosa por não conseguir amamentá-la e ela chorava para um lado e eu para o outro. Os suplementos permitiram alimentá-la enquanto eu me acalmava. Quando saí do Hospita,l uma das enfermeiras disse que eu não teria leite para a minha filha pois não tinha os mamilos formados e por isso devia dar um suplemento à minha filha, na altura recusei, dizendo que:”” Se Tinha leite, não havia motivo para não amamentar a minha filha.”
Já em casa passei noites aflitivas em claro, pois a menina não pegava bem no peito, adormecia na mama e com o desespero punha as mãos na boca, eu tirava-lhe uma ela punha a outra. Houve alturas em que tive que pedir que o pai lhe segurasse nos bracinhos para a conseguir amamentar. Mas nessas alturas ela acabava por me magoar o peito e fazer ferida. Surgiram as primeiras gretas e os meus grandes amigos foram o Gretalvite e uns mamilos de silicone. Eu brincava e dizia que eram os meus implantes de silicone, pois o meu peito tinha aumentado consideravelmente de amanho. Estes “implantes” ajudaram a formar melhor os mamilos, mas a bebé tinha mais dificuldade em mamar porque inicialmente rejeitava a textura dos mamilos.

Na primeira consulta de pediatria ao ver o meu a de exaustão o pediatra recomendou um suplemento para que eu pudesse descansar. Também me deu um óptimo conselho: consumir muita água ou líquidos, chá por exemplo e até me recomendou que bebesse enquanto alimentasse. Não esqueci nunca as palavras dele, a sua maminha produz tudo menos leite em pó, se não lhe der o líquido suficiente, ela não pode produzir o leite”. Perguntei se o peito era suficiente ou se podia dar água à Bebé. Ela respondeu-me que água não se nega a ninguém muito menos a um ser tão pequeno e indefeso, mas que deveria ser sempre depois de a amamentar.

Assim segui os seus conselhos e sempre dei água à minha bebé sem que isso interferisse na amamentação. Mas o suplemento não resultou, a Bá não pegava na tetina do biberão, rejeitava o suplemento e rejeitava o peito. Eu chorava e dizia que a continuara assim a minha filha morria à fome. Mas não desisti, fui sempre dando o peito. Tinha muito cuidado no banho, para não passar sabão na área onde a bebé mamava e os cremes sempre a volta. Lavava o peito frequentemente após as mamadas.
Eu amamentava a Bá a pedido. Tentei estabelecer um horário mas o choro dela desesperava-me e eu entrava em grande stress e sabia que isso não era bom nem para mim nem para ela. Assim comecei a amamentar a pedido, para que ela não adormecesse punha música Jazz mexida enquanto ela mamava, às vezes não resultava, ela adormecia na mesma. Mas ainda hoje ela gosta de ouvir música Jazz. Fazia coceguinhas nos pés, nas orelhinhas. Eu sei lá …tentei de tudo. Nos primeiros dias não fazia quase outra coisa senão dar-lhe peito. Lembro-me de uma amiga na época me ligar a perguntar como estava a futura mamã e eu lhe dar a novidade que já era mamã há três dias, então ela perguntou-me como eu me sentia e eu respondi a verdade: “-Sinto-me um enorme biberão gigante”! E era exactamente como eu me sentia. Eu imaginava a minha bebé a olhar para mim e a ver um enorme biberão gigante. Comecei a deixar andar. Progressivamente ela foi mamando mais e melhor.

 Confesso que houve noites em claro, com a privação de sono em que me começaram a pensar pensamentos escuros pela cabeça, mas felizmente o amor vencia. Nessas alturas eu inventava canções e cantava-lhe o que me acalmava a mim e a ela e assim ela teve as suas próprias canções de embalar nascidas nessas longas noites passadas em claro. Às vezes adormecíamos as duas. Eu sentada com ela ao colo e a e ela com a sua boquinha colada na sua maminha.
O tempo foi passando e ambas nos fomos adaptando, principalmente depois da subida do leite as coisas foram ficando mais fáceis. Ela foi agarrando melhor no peito, não só não me magoava como aqueles momentos em que ela mamava, como eram momentos únicas de prazer, muito nossos, quase como se a sentisse dentro de  mim  de novo. Era como se naquela altura nada mais existisse. Essa sensação era óptima e talvez por me sentir mais calma mais segura, o meu peito tinha tanto leite que, se por segundos a bebé me deixasse o peito de repente eu espirrava leite como tivesse um jacto de chuveiro. Uma das desvantagens que eu tinha, é que não podia deixar muito tempo com ninguém, pois ela rejeitava a chucha e todas tetinas, mesmo que o leite fosse tirado do peito ela não o bebia no biberão.

 Assim a minha filha foi literalmente alimentada exclusivamente a peito até aos 6 meses altura em que comecei a trabalhar. Nessa altura ela foi para uma ama e eu ia na hora de almoço buscá-la para a amamentar, porque ela rejeitava o biberão e como a distância até aos 11 meses o permitia assim o fiz. Não foi fácil essa época pois estava sozinha com a bebé deslocada de casa. E apesar de ter redução de amamentação, não tive direito a escolher o horário, e tinha muitas reuniões partir das 18 horas que apanhavam as horas de amamentação da bebé. Se alguns colegas me apoiavam e acarinhavam lembro-me de uma parva que depois de eu dizer que estava preocupada pois já estava a passar da hora do bebé mamar, se pôs a gozar dizendo que mamava no pai, em voz baixa, pensando que eu não a ouvia. Limitei-me a responder que eu estava lá sozinha com a bebé ela nem sequer lá tinha o pai mesmo que o quisesse fazer. A pessoa em questão ficou sem jeito e calou-se. Nessa altura a bebé devia ter uns oito meses.
A partir dos 11 meses ela mamava só de manhã e à noite. Por essa época eram muitas as opiniões de que devia de iniciar o desmame, que amamentá-la já não trazia vantagens blá blá blá. -Quando ela quiser eu deixo! – Respondia, e ainda argumentava que por mim não deixaria de o fazer antes dos seus dois anos conforme as recomendações da OMS. Ah e tal vais-te ver grega para fazeres o desmame, isso já é vício blá blá blá. Deixei falar. E continuei a amamentar a minha filha o que me dava muita serenidade, pois houve alturas em que ela deixava de comer, vomitava, mas nunca deixava de mamar e eu sabia que quando ela estava doente, o elite do peito a deixava alimentada quando ela rejeitava tudo o resto.
Além de todas as vantagens do leite materno, este contribuía também para o factor económico. Era completamente, grátis e tinha uma embalagem atrativa, fantástica forjada pela natureza, que o mantinha sempre bom à temperatura ideal e fácil de transportar para todo o lado. Nunca me inibi de amamentar a minha filha onde quer que estivesse. Regra geral usava uma fraldinha a tapar o peito, que por vezes a bebé desviava, mas isso deixava--me confortável. Lembro que nos primeiros dias a Bá mamava com o nariz completamente escondido na mama, posição que por várias vezes tentaram mudar, mas acho que ela se sentia confortável , pois foi nessa posição que ela começou a mamar melhor.

Aos dezoito meses, depois de ter mamado desmesuradamente no dia anterior, a Bá rejeitou a maminha , a que começara a chamar “mimi”, dizendo que “ a menina  não é mamona”. Não liguei, pensei que ela estava a brincar e continuei a oferecer, para ela mamar, mas ela não voltou a querer. Quinze dias depois, eu ainda tinha leite, mas como ela já nãp mamava, sentia-me desconfortável e acabei por secar o leite. O desmame da minha filha, ao contrário do que muitos diziam, foi um desmame natural e muito pacífico, como eu sempre imaginara.
A Bá cresceu forte e saudável, apesar de ter herdado as minhas alergias, mas que estão bem controladas. Hoje tem 6 anos e é uma menina muito esperta e vivaça, que aguarda ansiosamente como a mãe a chegada do mano quer vê-lo a ser amamentado. E eu espero que assim seja, pois não tenciono desistir de amamentar o meu filho, como não desisti de amamentar a minha filha. S
ei que há mulheres que por mais que tentem tudo não conseguem. Outras há que por opções não amamentam, não as condeno. Para mim amamentar é uma escolha pessoal, para a qual a mulher se deve sentir preparada e motivada, e deve ser uma experiência da qual se retire prazer. Se assim não for então talvez seja melhor não fazer.
 Nem sempre é fácil, e posso dizer que o meu marido foi um grande apoio, quer emocional, quer de outras formas, liberando-me de algumas tarefas para que pudesse amamentar a filha, de outra maneira quem sabe eu também acabasse por desistir…mas ainda bem que não o fiz. E agora espero ansiosamente repetir a maravilhosa experiencia da amamentação  com o irmãozinho da Bá que aguardo para este mês.



 


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