Clara Sophie (Maria Constança & Salvador) - A caminhada dos meus filhos

-  Amamento porque assim sou feliz e contribuo para um brilho especial, nos olhos, dos meus filhos!

Considero - me uma mãe lutadora, embora com algumas fraquezas, medos e dúvidas, tento seguir o meu coração e dar o melhor aos meus filhos. Por o motivo anteriormente citado, sou apoiante da amamentação em exclusivo até aos 6 meses e até a criança não recusar o peito da mãe.

Um grande sonho que sempre existiu em mim, desde muito nova, era sem dúvida ter o prazer de gerar e criar uma criança. Isto, embora um pouco assustador, levou - me a ter um grande interesse sobre tudo o que envolve um bebé, incluindo a amamentação.

Em 17 de Abril de 2009, nasceu a Maria Constança, uma bebé linda e saudável. Dei a luz em casa, quase tudo correu como eu idealizei e por estranho a pareça, a Maria aceitou muito bem o peito. Quase 2 semanas após o seu nascimento, procurei uma pediatra, que fortemente apontou o peso da Maria como um problema. A Maria nasceu com 2, 585 kg e 45 cm e no prazo de tempo até a consulta, chegou aos 2, 300 kg. O que é totalmente normal!

Digo até, que levei quase uma "lavagem cerebral" por parte da médica, que quase "obrigou - me" a dar LA a minha filha. Eu como mãe, achei que 2 semanas era bastante pouco tempo, para ver um resultado significante no peso e como tal, segui o meu instinto e nunca mais lá meti os pés.

Assim foi, continuei a amamentar a Maria, com o apoio do meu marido, de alguns familiares e de 2 pediatras. Devido a tal médica, entrei em parafuso por causa do peso da Maria, muitas vezes fui abaixo, porque os resultados muitas vezes eram nulos e como qualquer mãe, queremos um bebe " gordinho ". Na verdade a Maria foi e é, uma bebé de baixo - peso.

No dia 20 de Julho de 2009 (3 meses depois de ter tido a Maria), fiz um teste de gravidez, no qual deu positivo. Fiquei em estado de choque mas feliz ao mesmo tempo. O que levou - me a fazer o teste, foi alguns sintomas que andava a sentir, e de facto, não usava qualquer tipo de protecção. Para ser sincera, pensava que ao amamentar era impossível engravidar mas errei a 100%.

Não fiquei assustada, por vir mais uma criança, mais cedo ou mais tarde, iria avançar para uma segunda gravidez, o que me assustou realmente foi fazer a Maria passar por um desmame tão pequenina e os meus planos de amamentação irem por água abaixo. Calmamente e com a ajuda de várias pessoas, recolhi a informação correcta e procurei a ajuda de um GO. Quando procurei a ajuda de um profissional, acreditava que este, iria desmotivar-me em relação a amamentação mas não. Encontrei um médico muito humano, que me apoiou mas deixou bem claro que, se a minha gravidez não fosse dita normal, teria mesmo que desmamar a Maria e neste caso, com muita pena minha, eu faria. Tambem referiu, que com o desenvolvimento da gravidez, a Maria poderia recusar o peito (...) felizmente, a Maria não recusou e levei em adiante a amamentação da menina até ao final da gravidez do Salvador.

No dia 30 de Março de 2010, o Salvador nasce com 2.750kg e 44,5 cm. Mais uma fez, passei por um parto domiciliar, que correu muito bem mesmo. Nesse momento, quis a minha filha ao pé de mim depois do nascimento do irmão e um sonho que ao longo da gravidez criei, era amamentar ambos ao mesmo tempo. Experimentei e adorei. Foi uma sensação única e muito gratificante. Jamais irei esquecer o que senti naquele momento. O Salvador, foi um pouco mais trapalhão mas lá conseguiu apanhar o jeito e eu tambem insisti bastante com ele.

Dia 26 de Abril de 2010 ( hoje ) tenho a Maria com 13 meses completos e o meu Salvador com quase 4 semanas. A amamentação tem corrido bastante bem, há dias, em que o Salvador mama de hora em hora, mas não me importo nada. Tenho conseguido dar peito a minha menina (...) claro que a minha prioridade é o Salvador em relação a amamentação e não vou fazer nada que a prejudique. Tem sido uma experiência maravilhosa, adoro, mete-los a mamar ao mesmo tempo (...) as vezes sinto - me mãe de gémeos.

Outra decisão muito importante para mim e para o meu marido, foi partilhar esta experiência com ele, por isso comecei desde o nascimento da Maria, a retirar leite com a bomba e assim o meu marido conseguiu dar LM no biberon a filha e agora ao filho. Claro que é preciso ter bastante cuidado, para o bebé nao trocar o biberon pelo peito. O mais importante é não prejudicarmos a amamentação!

Sinto uma grande diferença em ambas as amamentações, com a Maria, o peso era um bicho de 7 cabeças, sentia - me por vezes em baixo e não conseguia a amamentar em lugares públicos ( consegui resolver este problema com a ajuda de a conselheiras de amamentação - APPM e BABS - muito obrigada ) com o Salvador, é tudo feito com muita calma. Não me preocupo até certo ponto com o peso e deixo as coisas acontecerem naturalmente. Ah e já consigo amamentar em lugares públicos.

Não me sinto superior a ninguém, acho apenas que lutei e luto de maneira diferente que algumas mamãs. Hoje em dia, não há uma preparação sólida para a amamentação e muito daquilo que sei hoje, foi devido há muitas informações que recolhi. Na verdade, tenho uma postura bastante "forte" em relação aos médicos e para mim, um médico mandar fazer o desmame de uma criança só por causa de uma gravidez, é uma estupidez (se a gravidez correr bem, claro);

Para mim amamentar, é uma sensação única, nem consigo descrever (...) para além de conseguir dar o melhor aos meus filhos, por o menos para mim, é quase como uma realização pessoal.
Neste momento, os meus objectivos são: amamentar o Salvador em exclusivo até aos 6 meses, continuar a dar peito a Maria e num futuro próximo, com a vinda de mais filhos, conseguir tambem amamenta-los.

 - Eu amo amamentar!