A crise dos 3 meses - Mi nino no me come

26-02-2012 14:10

Por volta dos dois ou três meses, dizíamos, os bebés já adquiriram tanta prática que podem mamar em apenas cinco ou sete minutos, alguns até em três. Caso ninguém tenha avisado à mãe que isso iria acontecer, se a tiverem enganado com os dez minutos, ela vai pensar que o seu filho não comeu o suficiente, tal como pensou Encarna:

“Tenho uma menina de quatro meses. O meu problema é que não sei se come o suficiente, visto que está apenas três a quatro minutos em cada peito, e tenho medo que seja porque não recebe leite suficiente. Quando tinha dois meses comia uns dez minutos de um peito mais cinco do outro, e aumentava rapidamente; enquanto que agora desceu um pouco nas sua curva de crescimento.
Agora noto que os meus peitos não estão tão cheios como antes, que até pingavam.
O que me deixa preocupada é que nos primeiros minutos mama com força e rápido, e depois começa a pegar e largar o peito, não estando sossegada. Tenho de ir alternando as mamas e experimentar posições diferentes para que esteja uns dez minutos entre ambos. Pergunto se o faz porque quer mais ou não. Outra situação é que me parece e agora aguenta menos tempo de uma toma para outra, especialmente à noite, que dormia cinco a seis horas seguidas e agora três ou quatro no máximo.
O pediatra dela disse-me que eu posso começar dar-lhe leite artificial no biberão, mas eu tentei e não aceita, mesmo que seja outra pessoa a dar.”

Esta mãe explica perfeitamente todos os aspectos da “crise dos três meses”:
1. O bebé que antes mamava em dez minutos ou mais, agora acaba em cinco ou menos.
2. O peito, que antes estava inchado agora está mole.
3. O leite que pingava, já não pinga.
4. O aumento de peso está cada vez mais lento.

Tudo isso é perfeitamente normal. O inchaço do peito nas primeiras semanas tem pouco a ver com a quantidade de leite, é mais uma inflamação passageira quando as mamas começam a trabalhar. O inchaço e as pingas são “problemas de adaptação” e desaparecem quando a amamentação está comodamente estabelecida.
E o aumento de peso é cada vez mais lento, é claro. Os bebés engordam cada mês um pouco menos que no mês anterior. Por isso é que as curvas de peso são curvas, senão seriam rectas. Entre um mês e dois meses, as meninas que são amamentadas tendem a ganhar pouco mais de 400 gramas a 1,300 kg com uma média de pouco mais de 860 g (passamos por alto o primeiro mês, porque ao haver uma perda e logo uma recuperação de peso, os números são muito variáveis.
Se continuassem a aumentar ao mesmo ritmo, em um ano teriam entre 5 kg e mais de 15 kg, com uma média de 10 kg e pouco. De facto, no primeiro ano, as meninas ganham entre 4,5 kg e 6,5 kg, com uma média de 5,5kg. Ou seja, mesmo uma menina que ganhou no primeiro mês 500 g (o que para muitos pode parecer pouco, quando na realidade é normal) chegará a um momento que ainda vai ganhar menos. Os meninos tendem a ser um pouco maiores que as meninas.

Claro que a filha de Encarna não queria biberões: não tinha fome. Infelizmente nem todos os bebés mostram este orgulho, e por vezes, principalmente se insistirem muito, aceitam um biberão mesmo sem fome. Não faça o teste, só por acaso!
Se alguém tivesse explicado a Encarna o que aconteceria, não estaria nem um pouco preocupada. Mas esta mudança a apanhou de surpresa.

Mesmo que fosse surpreendida, se Encarna estivesse segura e confiante na sua capacidade de amamentar, não se teria preocupado. Porque a interpretação mais lógica e razoável para essas alterações seria: “Eu tenho tanto leite que a minha filha com três minutos tem bastante”. Mas o medo do fracasso da amamentação é tão grande na nossa sociedade que, aconteça o que acontecer, a mãe sempre pensará (ou lhe dirão) que não tem leite.

Esta mãe também revela outro mito moderno: que os bebés, com o tempo, “aprendem” a dormir cada vez mais. Na realidade, os bebés passam cada vez mais tempo despertos. É certo que algum dia dormirá mais horas seguidas: por volta dos três ou quatro anos, provavelmente dormirá a noite inteira. Mas dificilmente aos quatro meses. Entre o nascimentos e os quatro meses, a alteração que mais provavelmente observará é que o seu filho vai dormir cada vez menos.

A maioria das crianças mamam várias vezes à noite durante os primeiros anos (que é sempre mais cómodo que dar-lhe um biberão de madrugada, especialmente se o bebé dorme na nossa cama).
Esta mãe já começou a obrigar a sua filha a comer. A partir daqui, tudo é em declive. É fácil prever que, a menos que a mãe decida fazer uma mudança radical, a introdução das papas será uma luta.

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